terça-feira, 16 de junho de 2020

Uraniborg

Alexander Koyré destaca o papel ambíguo de Kepler: “Kepler é um verdadeiro janus bifrons. Em sua obra, encontra-se a transformação, extremamente característica, de uma concepção ainda animista do universo com uma concepção mecanicista”. As dificuldades de Kepler em Gratz o fizeram aceitar o cargo de assistente de Tycho Brahe em Praga por indicação do bibliotecário Thaddaeus Hagecius. O observatório de Tycho Brahe conhecido como Uraniborg[1] – Cidade do céu (em homenagem a dusa grega Urania, musa da Astronomia que segura em uma de suas mãos o globo terrestre a na outra um tubo astrônomico para observar os céus) , construído em 1576 na ilha de Hveen na Dinamarca sob patrocínio do rei Frederico II[2] (1534 – 1588) que atua como mecenas e que mantinha correspondência científica internacional com outros soberanos orientais[3] (não confundir com Frederico II da Sicília 1272–1337, também conhecido como Frederico II de Aragão, rei da Sicília, ou com Frederico II de Hohenstaufen 1194-1250 do Sacro Império Romano Germânico). Tycho Brahe queixou-se de plágio de suas medições o que teria ocorrido na obra Fundamentum Astronomicum de Reimaus / Reimarius publicada em 1584 após visita ao observatório de Tycho Brahe. [4] Em Uraniborg havia biblioteca, oficinas de artesãos de instrumentos, laboratório de química, fánrica de papel e uma impressora. [5] Seus instrumentos simples possibilitaram a leitura do posicionamento de milhares de estrelas, ainda numa época em que não havias lunetas. Entre os instrumentos inventados por Tycho Brahe está o sextante astronômico construído por um arco graduado de 60 graus e que era montado sobre uma coluna.[6]
[1]SARTON, George. Six wings, men of science in the Renaissance, Bloomington: Indiana University Press, 1957, p. 64
[2] MOSLEY, Michael.Uma história da ciência. Rio de Janeiro:Zahar, 2011, p. 24; TATON, René. A ciência moderna: o Renascimento, tomo II, v.I, São Paulo:Difusão, 1960, p. 85
[3] TATON, René. A ciência antiga e medieval: a Idade Média, tomo I, v.III, São Paulo:Difusão, 1959, p. 114
[4]MOURÃO, Rogério. Dicionário de astronomia e aeronáutica, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986, p.678
[5] BOORSTIN, Daniel. Os descobridores, Rio de Janeiro:Civilização Brasileira, 1989, p.285
[6] MOURÃO, Ronaldo Freitas. Dicionário Enciclopédico de astronomia e astronáutica, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987, p. 730

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