Na festa da Anunciação na praça San Felice, Bunnesleschi apresentou a invenção de um autômato que consistia numa abóboda celeste da qual pairavam dois círculos de anjos de onde o anjo Gabriel descia até o chão em uma máquina em formato de amêndoa.[1] Mecanismos semelhantes usados em festas públicas em praça pública em Milão foram inventados na mesma época por Leonardo da Vinci, em eventos de exposições públicas que os chamava de dimostrazione.[2] Muitos dos desenhos das invenções de Leonardo da Vinci eram projetos de máquinas para suspender atores, como os famosos desenhos de parafuso aéreo frequentemente divulgado como um protótipo de helicóptero.[3] Um de seus autômatos era um leão mecânico criado para despejar lírios aos pés do rei de Bolonha. O autômato é construído em madeira[4], metal e corda e com 1,8 metros de atura que possui uma réplica exposta no Museu Leonardo da Vinci em Milão. O autômato foi uma encomenda do papa Leão X em 1515 como presente ao novo rei da França Francisco I. O leão era o símbolo de Florença terra natal do papa e o lírio estava presente tanto no brasão de armas da França como no de Florença.[5] Em outro evento comemorativo em homenagem ao casamento de Gian Galeazzo Sorza e Isabel de Aragão, em 1490, Leonardo da Vinci construiu o “A mascarada dos Planetas” em que atores simulam o movimento dos planetas num artefato sob a forma de uma abóboda celestial.[6]
[1] BURCKHARDT, Jacob. A cultura do Renascimento na Itália, São Paulo:Cia das Letras, 2009, p.365
[2] BURCKHARDT, Jacob. A cultura do Renascimento na Itália, São Paulo:Cia das Letras, 2009, p.369; BOORSTIN, Daniel. Os criadores, Rio de Janeiro:Civilização Brasileira, 1995, p.504
[3] ISAACSON, Walter. Leonardo da Vinci. Rio de Janeiro:Intrínseca, 2017, p. 65, 207, 208, 532
[4]https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112095-dado-como-perdido-leao-mecanico-de-da-vinci-e-recriado.htm
[6]NOVELLI, Luca. Leonardo e a caneta que desenha o futuro, São Paulo: Ciranda Cultural, 2008, p. 45; ISAACSON, Walter. Leonardo da Vinci, Rio de Janeiro: Intrínseca, 2017, p.136
Nenhum comentário:
Postar um comentário