segunda-feira, 15 de junho de 2020

Codex cristãos



Daniel Boorstin observa que os rolos de papiro ou pergaminho em rebobinado de modo que um rolo médio poderia medir cerca de 12 metros. Talvez o Apocalipse 18:5 quando se refere aos pecados da Babilônia terem se acumulado até o ceu esteja se referindo ao tamanho alcançado se escritos em um rolo. Calímaco se queixa do manuseio de rolos excessivamente grandes pois cada vez que um livro era lido isso implicava no desenrolar e rebobinar o que invariavelmente levava a desgastes e danos.[1] O códice de pergaminho (codex ou caudex – tábua de tronco de árvore em latim) ao reunir várias folhas na forma de um livro começou a ser usado no Ocidente no começo da era cristã, e o novo formato reforçou a imagem de Boa Nova do livro sagrado em contraste com formato usual em rolo do antigo testamento. As primeiras comunidades cristãs foram as responsáveis pela substituição gradual do volumen (o rolo antigo) pelo códice. O Codex Sinaiticus e o Codex Vaticanus do século IV são considerados os grandes códigos unciais escrito em grego koiné. Konstantin von Tischendorf em 1870, financiado pelo czar russo Alexandre II, foi o responsável por levar o manuscrito do Códice Sinaiticus do mosteiro de Santa Catarina para São Petersburgo em 1859. Segundo Scrivener "O Codex Vaticanus 1209 é provavelmente o mais antigo manuscrito de velino na existência, e é a glória da grande Biblioteca do Vaticano em Roma”.[2] No século IV o novo formato em código em pergaminho se difunde entre obras pagãs. A mensagem cristã, portanto, utilizou-se de uma revolução tecnológica como instrumento de propaganda.
[1] BOORSTIN, Daniel. Os descobridores, Rio de Janeiro:Civilização Brasileira, 1989, p.475

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