Na Catoptrica de Heron se encontram as propriedades elementares de espelhos. [1] Usher destaca que os inventos de Heron tinham como objetivo o entretenimento ou para mistificação dos adoradores nos templos.[2] Os ritos sagrados da Deusa Perséfone em Eleusis, na Grécia se estenderam de pelo menos 1500 aC até o final do século IV dC. Os acontecimentos dentro do templo estão cobertos de mistério, porque segundo orientações da própria deusa a pena para aqueles que revelassem seus segredos era a morte. As aparições dos deuses nestes templos eram realizadas utilizando-se o princípio óptico da câmara obscura[3] - uma imagem lançada em uma área escura a partir de uma área brilhante adjacente através de um pequeno orifício de abertura. No Fedro Platão descreve os iniciados experimentando, "imagens inteiras, simples, imutáveis e bem-aventuradas em uma luz pura ..."[4] Aristóteles coloca a questão do porque um buraco quadrado em uma parede de um quarto escuro projeta uma imagem redonda da luz incidente. A solução satisfatória desta questão foi apresentada apenas com Francesco Maurolycus (1494-1577) em seu tratado Photismi de lumine et umbraque foi publicado apenas em 1621. No Egito o papiro de Leiden descreve o lugar de vaticínio como uma sala escura na qual se faz um buraco na parede no lado leste e encehe-se uma lamparina branca de azeite. Sob a lamparina o sacerdote enxerga a sombra da divindade que se manifesta em resposta aos assuntos perguntados.[5]A câmara obscura foi reinventada no século XIV por Kamal al Farisi e por Levi Gerson e novamente por Daniello Bárbaro (1568) e Giambattista della Porta[6] que a denomina "obscurum cubiculum" em sua obra Magia naturalis em 1558. [7]
[1] EVES, Howard. Introdução à história da matemática, São Paulo. Ed. Unicamp, 2004, p.206
[2] USHER, Abbott. Uma história das invenções mecânicas, Campinas:Papirus, 1993, p. 163, 138
[5] JACQ, Christian. O mundo mágico do antigo Egito, Rio de Janeiro:Bertrand do Brasil, 2001, p.82
[6]SARTON, George. Six wings, men of science in the Renaissance, Bloomington: Indiana University Press, 1957, p. 84
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