Na medicina da Índia antiga a primeira obra de medicina o Txaraca Samita um texto sânscrito com diversas referências a deuses e demônios e elementos religiosos do bramanismo. O Susruta Samita é datado de 800 a.c. a 400 d.c. Ambos os textos referem-se por diversas vezes a medições objetivas como a medida do pulso a ausculta do corpo do paciente e medicamentos como a rauwolfia como tranquilizante.[1] Entre os textos dos sacerdotes védicos encontram-se vários encantamentos: “Junto da medula esteja a tua medula; junto do membro esteja o teu membro; junte-se tua velha carne e também o osso cresça com ela; assim cresça teu sangue e também a perna, a carne cresça com a carne”[2] A palavra torna-se verdade pelo fato de ser pronunciada, nomear uma doença era o mesmo que curá-la[3]. Algumas passagens do Sushruta Samrita mostra a descrição de uma operação de catarata, denominada “lancetamento da catarata”[4], em uma técnica conhecida também da Mesopotâmia e citadas nas leis de Hammurabi quando decreta a punição de perda da mão ao cirurgião que ferir o olho de um paciente com sua lanceta. O Código de Hammurabi usa o termo nakkaptu possivelmente se referindo a catarata.[5] Sushruta / Susruta (600 a.c.)[6] é o nome do médico que trabalhava no norte da Índia na cidade de Benares, enquanto que o termo Samhita refere-se a compilação do conhecimento[7]. Outros comentadores em medicina incluem Caraca e Vagbhata.[8] O Sushruta revela também técnicas de cirurgia plástica do nariz (rinoplastia)[9] bem como agulhas, suturas cirúrgicas utilizadas e centenas de instrumentos[10]. Em uma rocha encontrada em Junagad foi encontrada uma rocha com uma inscrição do rei indiano Asoka (273-232 a.c.) com um de seus decretos: “Em todas as partes o rei Priadarxin construiu duas qualidades de hospitais: hospitais para pessoas e hospitais para animais. Onde não havia plantas medicinais para as pessoas e para os animais ele ordenou que fossem trazidas e plantadas”[11] Na medicina indiana tradicional ayerveda baseada em obras escritas entre 200 a.c. e 600 d.c os fluidos do corpo são chamados doshas: vata é seco e frio, pitta é quente e amargo, kapha é frio e doce. O equilíbrio destas doshas garante a saúde do indivíduo. [12]
[1] THORWALD, Jurgen. O
segredo dos médicos antigos. São Paulo: Melhoramentos, 1990, p.205
[2] THORWALD, Jurgen. O
segredo dos médicos antigos. São Paulo: Melhoramentos, 1990, p.196
[3] ULRICH, Paul. Os grades
enigmas das civilizações desaparecidas, Grécia, Roma e Oriente Médio, Rio de
Janeiro, Otto Pierre Ed, 1978, p.243
[4] JAMES,
Peter; THORPE, Nick. Ancient inventions. London: Random Hause, 1995, p. 20
[5] THORWALD, Jurgen. O
segredo dos médicos antigos. São Paulo: Melhoramentos, 1990, p.207
[6] MILLER, Russel. A
verdade por trás da história: as novas revelações que estão mudando nossa visão
do passado. Rio de Janeiro:Reader’s Digest, 2006, p.247
[7] http://www.historyextra.com/article/feature/7-surprising-facts-history-medicine
[8] TATON, René. A ciência
antiga e medieval: a Idade Média, tomo I, v.III, São Paulo:Difusão, 1959, p. 63
[9] JAMES,
Peter; THORPE, Nick. Ancient inventions. London: Random Hause, 1995, p. 22
[10] JAMES, Peter; THORPE, Nick.
Ancient inventions. London: Random Hause, 1995, p. 16
[11] THORWALD, Jurgen. O
segredo dos médicos antigos. São Paulo: Melhoramentos, 1990, p.217
Nenhum comentário:
Postar um comentário