sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Profetas do fim do mundo no século XII

 

Segundo Guiberto de Nogent o papa Urbano II em seu discurso de convocação da primeira cruzada em 1095 teria feito referências ao anticristo e ao retorno glorioso de Cristo, no entanto, outros cronistas omitiram tal trecho. A perspectiva escatológica continuará presente nos trabalhos de Joaquim de Fiori que previa a mudança de século XIV como uma nova era de paz e prosperidade. Para Joaquim de Fiori a história da humanidade é marcada pelo progresso em três etapas: a primeira presidida pelo Pai e narrada no Antigo Testamento. A segunda conduzida por Jesus e narrada no Novo Testamento e finalmente a terceira etapa presidida pelo Espírito Santo que trará a compreensão das escrituras em especial do Apocalipse que em seus cálculos teria início efetivo em 1260.[1] A bula papal do ano do jubileu de 1300 assinada pelo papa Bonifácio VIII em 1300 concedia remissão dos pecados aos romanos que visitassem os santuários de São Pedro e São Paulo em Roma.[2] Daniel Rops observa que no século XII de Joaquim de Fiore (1135-1202) o número de videntes e profetas aumenta significativamente, entre as quais se destacam Santa Hildegarda de Bingen (1098-1179) canonizada no século XVI e Santa Isabel de Schonau (1129-1164).[3]

[1] COSTA, José Silveira da. A escolástica crsitã medieval, Rio de Janeiro, 1999, p.52

[2] CASAGRANDE, Carla; VECCHIO, Silvana. Pecado. In: LE GOFF, Jacques; SCHMITT, Jean Claude. Dicionário analítico do Ocidente medieval. v.II, São Paulo:Unesp, 2017, p. 402

[3] ROPS, Daniel. A Igreja das catedrais e das cruzadas. São Paulo: Quadrante, 2012, p. 54



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