Guibert
de Nogent no início do século XII aponta a hostilidade da alta burguesia contra
as comunas[1] / commune segundo ele “uma palavra nova e detestável”[2].
Daniel Rops aponta a hostilidade do clero contra as comunas que olhava com desconfiança a ascensão de uma burguesia que procurava destituir a Igreja de
seus bens e cobrava taxas comunais. Seguiram-se conclusões em Cremona (1030),em
Parma, Mântua e Milão (1050), em Cambrai (1077), Beauvais (1099) e Laon (1212).
Na Alemanha em Colônia os burgueses atacam os bens do bispo em 1263. Em Laon os
burgueses compraram o apoio do bispo local
para que pudessem erigir a comuna, mas um motim se seguiu que levou ao esquartejamento
do bispo Gaudry pelos populares[3].
O papa Inocêncio II em 1139 solicitou
apoio de Luis VII contra as comunas em Reims. O prelado Jacques de Vitry as
considerava “violentas e pestilentas”, “Babilônias modernas!”[4].
O exemplo das comunas se disseminou especialmente em Flandres e um século mais
tarde na Renânia[5]. Gunnar
Mickwitz enquadra as corporações de ofícios feudais como carteis destinados a
eliminar a concorrência e frear a produção. Segundo Robert Fossier: “todos, quer se trate da lição da Igreja ou de
uma visão prudente da economia, estão convencidos de que o objetivo indiscutível
de seu esforço é o bem comum e a boa mercadoria, e que toda concorrência só
pode ser uma fonte de violência e uma negação do querer divino”.[6] Diversas revoltas contra as autoridades feudais surgem em Cremona (1030), Parma, Milão (1057), Mântua, Le Mans
(1069), Cambrai (1077), Beauvais (1099), Laon (1112) e Saint Omer (1127)[7].
Cesare Cantu mostra que as corporações de ofícios estorvavam o comércio porque
proibiam a compra e venda de produtos que não fossem marcados pelos guardas dos
mestrados ou pesados pelos oficiais das comunas.[8] A excessiva subdivisão de ofícios previstas no texto de Étienne Boileau é sinal
da debilidade da nova economia.[9] Em 1297 o Livre de la taille de Paris
mostra mais de vinte ofícios de vestimentas no artesanato têxtil. [10]
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