Martin Stevers mostra a origem mesopotâmica de algumas técnicas
usadas no Egito como os vasos em cerâmica decorados com cenas da vida às
margens do Nilo ou os vasos bicudos característicos da mesopotâmia.[1] Giovanni
Girardi observa vários elementos de origem mesopotâmica no Egito pré dinástico
como a arquitetura em tijolos, construções com contrafortes, sinetes
cilíndricos e o tema do herói ladeado por dois animais como no Gilgamesh.[2] A
Instrução de Kheti embora exagere no seu relato destaca que sujeira e fumaça
eram constante na vida do oleiro: “o
oleiro está coberto de terra, apesar de estar entre os vivos. Caminha na lama
como um porco ou animal pior, porque tem que cozinhar seus produtos. Suas
roupas, cheias de barro, estão em farrapos, e tem que respirar o ar que sai do
forno”.[3] Os tijolos eram fabricados com uma mistura de argila e palha muito fina. A
mistura era encharcada com água por vários dias o que resultava em um adobe de
argila que durava milhares de anos.[4] Por
volta de 3000 a.c. os egípcios desenvolveram um tijolo feito de barro e lama e
reforçado com palha picada ou areia, quando não havia palha disponível. Segundo
o Walter Emery embora soubessem coser os tijolos os egípcios na maioria das
vezes usavam a secagem ao sol: “os
egípcios sentiam-se perfeitamente satisfeitos com os tijolos secos pela ação do
sol, e nesse aspecto, tinham perfeitamente razão, já que mesmo nos nossos dias,
cinco mil anos mais tarde, esse tipo de tijolo revela uma dureza quase igual à
de uma pedra”.[5] O uso da pedra era bem mais raro e não raras vezes ao se mudar o egípcio levava
consigo as colunas, painéis de madeira e as lajes de pedra.[6] Segundo Rodrigo
Silva os egípcios reservavam o uso da pedra para as grandes construções funerárias,
a morada eterna, enquanto que as construções em adobe eram usadas mais comumente
na construção das casas por ser esta existência temporária.[7]
[1] STEVERS, Martin. A
inteligência através dos séculos. São Paulo:Globo, 1946, p.177
[2] GARBINI, Gioavanni.
Mundo Antigo, São Paulo: Enc. Britânica, 1966, p. 112
[3] STROUHAL, Eugen. A vida
no antigo Egito. Barcelona:Folio, 2007, p. 141
[4] STROUHAL, Eugen. A vida
no antigo Egito. Barcelona:Folio, 2007, p. 70
[5] WHITE, Jon Manchip. O
Egito Antigo, Rio de Janeiro:Zahar, 1966, p. 60
[6] WHITE, Jon Manchip. O
Egito Antigo, Rio de Janeiro:Zahar, 1966, p. 66
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