terça-feira, 21 de setembro de 2021

Thierry de Chartres

 

Alguns eixos do renascimento cultural do século XII incluem i) os humanistas da escola de Chartres como Constantino Africano, Adelardo de Bath, Bernardo de Chartres (1124-1130) entre outros, ii) os monges Bernardo de Claraval (1091-1153) e Hugo de São Vítor (1096-1141) que renovaram os mosteiros cristãos.[1] A catedral de Chartres foi construída no mesmo local antes havia uma igreja que abrigava a túnica sagrada da Virgem Maria, um presente de Carlos o Calvo, que Carlos Magno havia recebido do imperador de Bizâncio no século IX.[2] O bispo Fulbert em 1007, discípulo de Gerbert de Aurillac, o papa Silvestre II, tornou Chartres um grande centro de aprendizagem e foco de peregrinações, refúgio de erudição e conhecimento, onde lecionariam Bernardo de Chartres, o bispo Gilbert de la Porrée / Gilbert de Pointiers, Thierry de Chartres e o bispo John de Salisbury, entre outros. Thierry de Chartres mostrou que o triium (gramática, dialética e retórica) e quadrivium (aritmética, geometria, astronomia e música) eram apenas um meio e que o fim era “formar almas na verdade e na sabedoria”. O concílio de Latrão III no canon 18 decidiu: “ordenamos, portanto, que em todas as igrejas catedrais se proveja um rendimento conveniente a um mestre, encarregado de ensinar gratuitamente aos clérigos dessa igreja e a todos os alunos pobres”. Thierry de Chartres (1100-1150) era chanceler da escola e defendia a tese de que os corpos celestes não eram divinos ou feitos de uma matéria incorruptível, mas pelo contrário, feitos da mesma matéria que as coisas terrenas e sujeitas à mesma ordem. Segundo Thomas Goldstein: “Thierry provavelmente será reconhecido como um dos verdadeiros fundadores da ciência do Ocidente”.[3]



[1] JANOTTI, Aldo. Origens da Universidade, São Paulo: Edusp,1992, p.77

[2] MURPHY, Tim Wallace. O código secreto das catedrais. São Paulo:Pensamento, 2007, p. 166

[3] AQUINO, Felipe. Uma história que não é contada, Lorena: Cleofas, 2008, p. 166



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