Nas casas urbanas não havia banheiro sendo
substituído por retretas, cadeiras especiais onde se posicionava um urinol ou
outro recipiente para que posteriormente seu conteúdo fosse despejado em barris
carregados pelos “tigres”, escravos encarregados da tarefa de lançar tal
material em lagoas e rios próximos da residência. [1] Segundo Laurentino Gomes: "A pele ficava listrada, com alternância de
faixas pretas e outras descoloridas pela ação química dos dejetos. Por isso,
esses escravos eram conhecidos como tigres".[2] Os
tigres eram muito comuns na capital Rio de Janeiro até a década de 1860, tendo
registros em Recife até 1882. Para Gilberto Freyre a facilidade de dispor de tigres
e seu baixo custo retardaram a criação das redes de saneamento nas cidades
litorâneas brasileiras. Luis felipe de Alencastro contudo observa que embora
pobres, a mão de obra dos tigres ou tigreiros não era tão barata.[3] A figura mostra
[1]MENDES, Chico;
VERÍSSIMO, Chico; BITTAR, William. Arquitetura no brasil de Cabral a Dom João
VI, Rio de Janeiro;Imperial Novo Milênio, 2009, p. 146
[2]GOMES,
Laurentino. Escravidão, v.I, São Paulo: Globo, 2019
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