Para Neugebauer: “o papel da astronomia é talvez único, na medida em que seu desenvolvimento lento, mas firme, criou as bases para o mais decisivo passo da história humana: a criação das modernas ciências exatas”.[1] Para Daniel Boorstin: “O desenvolvimento da ciência dependeria da disposição do homem para acreditar no improvável, para passar por cima dos ditames do senso comum. Com a astrologia o homem deu seu primeiro grande passo científico para um esquema que descrevesse como forças invisíveis provenientes da maior distância imaginável, do próprio fundo dos céus, moldavam os triviais acontecimentos quotidianos. O ceu foi, pois, o laboratório da primeira ciência da humanidade”[2]. J. McKim Malville mostra que o povo em Nabta Plaia, um povo nômade da savana africana que viveu por volta de 5000 a.c., mais antigo portanto do eu Stonehenge, foi o alvorecer da astronomia observacional. O círculo de pedras de Nabta Playa descoberto em 1973 por Fred Wendorf marca o solstício de verão, uma época que coincidiu com a chegada das chuvas de monções no deserto do Saara. A identificação da função astronômica coube a Malville em matéria publicada na Nature em 1988 como a descoberta do “Stonehenge do Saara”: “Descobri que essas pedras faziam parte de um alinhamento que irradiava de um grande tumulo [monte de enterro]. Uma pilha desses megálitos formava a cobertura de uma tumba, e todos os megálitos que encontramos enterrados em sedimentos formavam uma linha, como raios em uma roda irradiando”.[3]
[1]NEUGEBAUER, Otto. The exact sciences in antiquity, p.177
[2]BOORSTIN, Daniel. Os descobridores, Rio de Janeiro: Civilizaçao Brasileira,
1989, p. 30
[3]http://terrarara.com.br/terrarara/antropologia/nabta-playa-o-primeiro-local-astronomico-do-mundo-foi-construido-na-africa-e-e-mais-antigo-que-stonehenge/
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